sexta-feira, 13 de março de 2009

Em 50 minutos, Patrus fala até da privatização da Vale

Por Lisandra Paraguassú e Tânia Monteiro, no Estadão:

O ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, negou ontem que seja pré-candidato à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas, momentos antes, ao falar durante quase 50 minutos na cerimônia de comemoração dos quatro anos do ministério, seu tom foi definitivamente eleitoral. No mesmo palco que o presidente Lula, Patrus criticou a privatização da Companhia Vale do Rio Doce, rebateu críticas ao Bolsa-Família e ainda defendeu a instituição de “impostos justos” no País.
Ao citar a Vale, Patrus afirmou que foi “infelizmente privatizada por um preço muito abaixo do seu valor”. Uma das discussões dentro de seu partido, o PT, é justamente um plebiscito sobre a reestatização da empresa.
O ministro afirmou que a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), extinta no ano passado, faz muita falta aos programas sociais do governo. “Queremos impostos justos”, afirmou. “Anuncio a alvorada do amanhã, um novo tempo. Estamos irradiando esta onda de emoção”, proclamou o ministro. Ele acrescentou que está “com os olhos no futuro” e, recentemente, no planejamento estratégico do ministério, trabalhou com metas não apenas para 2010, mas para 2015 e 2022.
Patrus fez muitos elogios ao presidente, a quem chamou de “liderança esplêndida”, lembrando o surgimento de Lula como líder sindical. Afirmou que, nos quatro anos do ministério, toda vez que o Bolsa-Família enfrentou problemas, “a mão do presidente se fez presente”. “O ministério chegou a ser um barquinho frágil navegando em mares turbulentos, que muitos acreditavam que naufragaria. E quando as críticas pareciam avassaladoras, o presidente aparecia e ajudava.”

Os elogios, no entanto, não parecem ter comovido Lula. Ao contrário do que fez com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, na semana passada, quando a apresentou como “mãe do PAC”, ontem, com Patrus, limitou-se a agradecer a lealdade e companheirismo do ministro.

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