terça-feira, 31 de março de 2009

Bolsa Família'- o maior programa de compra de voto já visto na história do Brasil ?

Ao refletirmos sobre os conhecidos questionamentos: “dar o peixe? “ ou “ensinar a pescar?” reflexão esta baseada no “maior programa de compra de voto já visto na história do Brasil” que é o “Bolsa Família” pois os dados das últimas eleições mostram que justamente nas regiões que relegeram o atual Presidente da República tal benefício foi colocado como a propaganda principal do citado pleito.

Coincidência ou não mas o fato é que nas citadas regiões a famosa “esmola” repercutiu positivamente nos planos do Partido dos Trabalhadores(PT) e sua coligação. Acontece que “dar o peixe” com dinheiro público é infinitamente mais fácil do que investir na “saúde e educação” da mesma forma que as inaugurações de obras é vantajosa em relação aos investimentos na infraestrutura(redes de água e esgoto) nas necessitadas regiões. O governo paulista também não governa de forma muito diferente pois constrói obras faraônicas(inclusive presídios) ao invés de investir nas áreas prioritárias.

É plenamente divulgado que os custos da Segurança Pública com construções de obras, compra de equipamentos e manutenção dos presos são superiores aos necessários investimentos na saúde e educação das famílias. Muitos prefeitos paulistas e de outros Estados também preferem construir Postos de Saúde e Escolas para inauguração não optando em pagar melhor os médicos e professores.

Esses governantes desconhecem os princípios básicos da ciência econômica entre eles o que estabelece que somente com a distribuição justa da riqueza será possível maior consumo e consequentemente maior arrecadação de impostos, posteriormente maiores possibilidades de investimentos por parte dos Governos. Portanto, o jeito brasileiro de governar é ultrapassado e infelizmente a mídia principalmente televisiva não enfoca essa questão pois será a principal beneficiária do caos social existente no País.

Pouquíssimos são os programas televisivos que debatem com clareza e dados numéricos eficientes tal situação razão pela qual a sociedade precisa acordar para cobrar das autoridades mudanças radicais na forma de governar ou será tarde demais para controle dos explosivos movimentos das classes miseráveis que aumentam no Brasil.


Prof. João Francisco Lopes

http://www.itapedigital.com.br/rol/index.php?option=com_content&task=view&id=4079&Itemid=123

terça-feira, 24 de março de 2009

BOLSA FAMÍLIA E TERRORISMO ELEITORAL

Reinaldo Azevedo

Lula esteve ontem em Pernambuco e concedeu uma entrevista a um programa popular de rádio. E mandou ver: “Tem gente que fala mal do Bolsa Família. São R$ 80, R$ 90, R$ 95, R$ 65, e tem gente que acha ruim. Tem gente que fala que é esmola. Eu acho que, para o cidadão que pode entrar em um hotel cinco estrelas e pode dar de gorjeta, depois de tomar os seus uísques, R$ 100 não é nada. Mas dê R$ 100 na mão de uma mãe para você ver a multiplicação dos pães que ela faz”.

Estava se referindo, mais imediatamente, ao senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que, na já histórica entrevista à VEJA, apontou a exploração eleitoreira do Bolsa Família. Destaco: Vasconcelos não atacou nenhum programa emergencial de combate à pobreza. Disse o óbvio: na forma como se faz a coisa, tem-se a maior máquina eleitoreira do mundo. A prova estava anteontem nos jornais. O programa destinado a criar portas de saída do Bolsa Família não conta com um miserável tostão. Saída para quê? Lula sabe muito bem que a entrada no programa corresponde à entrada de voto na urna.

O PMDB não teve a coragem de atacar Jarbas frontalmente. Nem precisava. Lula, como se vê, foi a Pernambuco e fez o serviço, agindo, nesse caso, como um bom subordinado de Renan Calheiros. Mas é claro que sua fala tem alcance maior, né? Já começou a fase de reciclagem do mito do “Lula social” com vistas à eleição de 2010. E o motivo é claro. Dilma, se for mesmo a candidata do PT, não conseguirá opor um “PT da fazeção” a um “PSDB da retórica”. Tal confronto é falso. Há o que mostrar. E os petistas têm motivos, claro, para estar convencidos de que não se ganha uma eleição só com a verdade… Terei sido muito sutil?

Tática Pipoca
O governo se prepara para usar a “Tática Pipoca do Desafio”. Pipoca, sabem, é a vira-latinha aqui da casa, mixuruca toda vida. A gente dá pra ela uns pedacinhos de couro de boi, especialmente preparados para limpar os dentes e cuidar do hálito, uma recomendação do veterinário — alguns humanos deveriam mascá-lo, se é que me entendem… É batata: é ganhar um pedacinho daquele troço, ela pega a sua jóia entre os dentes e corre para o seu cafofinho e fica lá por uns dois ou três minutos. Depois volta com ele na boca, larga em algum lugar mais ou menos ao alcance dos adversários da hora (os moradores da casa) e se mantém na vigilância, a uma distância prudente. É supor que alguém se move em direção a seu precioso bem, ela corre, chega antes, pega o troço nos dentes e sai no que os cronistas de antigamente chamariam “desabalada carreira”. E a coisa se repete algumas vezes. Digo a Dona Reinalda que a bichinha detesta o tal courinho. Ela gosta mesmo é de ganhar na corrida.

Ninguém ameaça, em suma, o courinho da Pipoca ou o Bolsa Família de Lula. Mas Pipoca nos desafia: “Venham pegar o meu courinho, venham… Vocês não vão conseguir, não vão…” Ou então: “Ah, eles querem acabar com o Bolsa Família; olhem aqui o Bolsa Família; eles não gostam do Bolsa Família!!!”. E, bem, ninguém vai acabar com o Bolsa Família. Nem quer isso. Esse troço vai continuar com Dilma Serra, Aécio ou o J. Pinto Fernandes, que, até agora ao menos, não entrou na história.

As bobagens de Pipoca são sinceras e irrelevantes, como supõem. As do PT, nem tanto. É bom a oposição se preparar. Para a ponta da pirâmide, Dilma (ou alguém em seu lugar) vai se apresentar como a solução conservadora — haverá o “Cuidado com Serra; ele é meio esquerdista…” Para a base, assistiremos à volta do discurso do “social”. O terrorismo de 2006 foi a acusação de que o PSDB, se vitorioso, privatizaria as estatais. NOTA: ontem, no Roda Viva, Eliane Cantanhede, acreditem, teve a coragem de perguntar a FHC se isso não havia uma ponta de verdade nisso, já que Geraldo Alckmin, o candidato de então, estaria “mais à direita…” Era terrorismo eleitoral, como até as pedras sabem. Em 2010, o medo tentará vencer a esperança também com o fantasma do fim do Bolsa Família. A cascata já começou.

segunda-feira, 23 de março de 2009

“Critico é o uso eleitoral do Bolsa Família”, diz Jarbas

No Estadão Online:

“O que critiquei e critico é o uso eleitoral que o governo faz do programa Bolsa Família”, respondeu hoje, por meio da sua assessoria, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) aos comentários feitos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no município metropolitano de Vitória de Santo Antão, em Pernambuco. “Não disse nada muito diferente dos questionamentos sobre o Bolsa Escola feitos pelo Frei Betto, ex-auxiliar do presidente da República.”
Hoje, o presidente criticou Jarbas, que havia chamado de “esmola” o programa Bolsa Família. Segundo o presidente, se para um cidadão que pode dar uma gorjeta de R$ 100 em um hotel cinco estrelas isso não é nada, com esse dinheiro uma mãe de família faz a multiplicação dos pães. “É isso que parte da elite brasileira não enxerga”, afirmou.
Por sua vez, o parlamentar disse nada ter de pessoal contra o presidente, mas afirmou ter sido eleito para fazer oposição. “Não tenho vocação para o adesismo”, completou Jarbas, ao dizer que sempre defendeu que o PMDB apoiasse a agenda de reformas sem precisar ocupar cargos no governo. “Se o governo tiver um projeto importante e correto não tenho problemas de votar a favor”.

domingo, 22 de março de 2009

De mentirinha - Programa que ajuda a sair do Bolsa Família não tem verba

Por Eduardo Scolese, na Folha:

Apontada como prioridade em discursos oficiais, a chamada “porta de saída” do Bolsa Família não tem esse tratamento na prática. O principal programa do Ministério do Desenvolvimento Social voltado para a criação de renda e de oportunidades aos beneficiários, que leva o nome de Promoção da Inclusão Produtiva, possui um orçamento tão enxuto que obrigou o governo federal a criar um ranking de atendimento aos Estados.
A previsão é que os R$ 30,8 milhões disponíveis neste ano para o programa sejam suficientes para atender até dez Estados. Outros quatro Estados serão beneficiados com recursos restantes de 2008. Os outros oito não têm previsão para receber repasses federais.
Para firmar convênios com os 26 Estados e o Distrito Federal, seriam necessários ao menos R$ 130 milhões, segundo Ronaldo Garcia, responsável pela Secretaria de Articulação Institucional e Parcerias do ministério. “Não temos dinheiro e equipe técnica para isso [atender a todos]“, afirma.
O programa tem como objetivo criar oportunidades de renda e de trabalho aos atendidos pelo Bolsa Família, por meio de convênios dos Estados com a União para, por exemplo, cursos de capacitação, compra de maquinário e criação de uma agroindústria.
“Temos consciência de que o processo é ultracomplexo e vai além da capacidade de um ministério. São necessários, ao mesmo tempo, o crescimento da economia e a atuação e o comprometimento dos três níveis de governo, municípios, Estados e União”, diz Garcia.
Assinante lê mais aqui

sexta-feira, 13 de março de 2009

Em 50 minutos, Patrus fala até da privatização da Vale

Por Lisandra Paraguassú e Tânia Monteiro, no Estadão:

O ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, negou ontem que seja pré-candidato à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas, momentos antes, ao falar durante quase 50 minutos na cerimônia de comemoração dos quatro anos do ministério, seu tom foi definitivamente eleitoral. No mesmo palco que o presidente Lula, Patrus criticou a privatização da Companhia Vale do Rio Doce, rebateu críticas ao Bolsa-Família e ainda defendeu a instituição de “impostos justos” no País.
Ao citar a Vale, Patrus afirmou que foi “infelizmente privatizada por um preço muito abaixo do seu valor”. Uma das discussões dentro de seu partido, o PT, é justamente um plebiscito sobre a reestatização da empresa.
O ministro afirmou que a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), extinta no ano passado, faz muita falta aos programas sociais do governo. “Queremos impostos justos”, afirmou. “Anuncio a alvorada do amanhã, um novo tempo. Estamos irradiando esta onda de emoção”, proclamou o ministro. Ele acrescentou que está “com os olhos no futuro” e, recentemente, no planejamento estratégico do ministério, trabalhou com metas não apenas para 2010, mas para 2015 e 2022.
Patrus fez muitos elogios ao presidente, a quem chamou de “liderança esplêndida”, lembrando o surgimento de Lula como líder sindical. Afirmou que, nos quatro anos do ministério, toda vez que o Bolsa-Família enfrentou problemas, “a mão do presidente se fez presente”. “O ministério chegou a ser um barquinho frágil navegando em mares turbulentos, que muitos acreditavam que naufragaria. E quando as críticas pareciam avassaladoras, o presidente aparecia e ajudava.”

Os elogios, no entanto, não parecem ter comovido Lula. Ao contrário do que fez com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, na semana passada, quando a apresentou como “mãe do PAC”, ontem, com Patrus, limitou-se a agradecer a lealdade e companheirismo do ministro.

Assinante lê mas aqui