domingo, 7 de janeiro de 2007

Pobreza cai na grande SP. E não é por causa do Bolsa Família. Muito pelo contrário

Por Marta Salomon, na Folha deste domingo:

Sem impacto relevante do Bolsa Família, principal programa social do governo Luiz Inácio Lula da Silva, a região metropolitana de São Paulo reduziu a proporção de pobres de 41,6% para 35,5% em um ano. Entre 2004 e 2005, 901 mil pessoas passaram a viver com renda para satisfazer as necessidades básicas, revela estudo da economista Sonia Rocha, com base em dados da mais recente Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).Os números surpreendem porque contrariam uma tendência de agravamento da pobreza na capital paulista e entorno na última década.Impulsionado por São Paulo, o conjunto das regiões metropolitanas do país registrou queda na proporção de pobres. Mas o percentual de pessoas que viviam abaixo da linha de pobreza em 2005 (34,5%) ainda é maior do que dez anos antes (31,2%). Daí ser o combate à pobreza nas metrópoles um dos principais desafios do segundo mandato de Lula na área social.A redução do número de pobres na metrópole paulistana é atribuída por Sonia Rocha, do Iets (Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade), à recuperação do mercado de trabalho, mais “vigorosa” do que no resto do país, e do rendimento do trabalho. Em 2005, o número de pessoas ocupadas em São Paulo aumentou 7,1% (no país foi 2,8%), e a renda do trabalho cresceu 13,8% (no país, 6,9%).Sonia atribui parte do resultado a “vantagens comparativas” da capital paulista. “Num contexto de calamidade pública decorrente do enorme contingente de jovens muito pouco qualificados no país, esses jovens são relativamente pouco numerosos em São Paulo”, diz a economista. A Grande São Paulo tem 12,8% da população de 18 a 25 anos com menos de oito anos de escolaridade (contra 29,6% no Brasil) e 6,1% já não freqüentam a escola (contra 24,6% no país).
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BOLSA FAMÍLIA E GRANDES CIDADES – Por Marta Salomon: O governo federal já havia percebido que o Bolsa Família não tem impacto relevante no combate à pobreza nas regiões metropolitanas. Embora o volume de dinheiro repassado pelo programa seja grande, o impacto é menor do que em municípios pequenos e médios e de baixo desenvolvimento econômico no Norte e Nordeste. “Os repasses acabam se diluindo porque o custo de vida também é maior [e não só o número de habitantes]“, diz Rosani Cunha, secretária de Renda da Cidadania do Ministério do Desenvolvimento Social.
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